Diz
o ditado que a “paciência é uma virtude”. Mas ditados são perigosos e muitas
vezes se contradizem. Particularmente acredito que os ditados sempre são usados
da maneira mais conveniente para aquele que está falando. Quem nunca ouviu
alguém dizer: “O que vale é a intenção”? Mas quem também nunca ouviu (muitas
vezes da mesma boca) que “de boas intenções o inferno está cheio”?
Portanto,
antes de me render à verdade que a “paciência é uma virtude”, tenho preferido
acreditar que esperar demais nunca é bom. Esperar soa inanição, ficar parado, a
mercê dos acontecimentos e das ações alheias. Agir é tomar as rédeas e o
controle, e é muito melhor se arrepender por ter feito algo do que por não ter
feito nada. É bem verdade que há momentos em que precisamos deixar a poeira
baixar, mas saber o tempo certo para voltar a agir é fundamental.
Tenho
ouvido muitas pessoas dizerem que irão tomar atitudes, buscar um novo emprego,
mudar de área, realizar seus sonhos e “virar a mesa”. Seus olhos brilham quando
falam, mas tais vontades não se transformam em ações e elas continuam
exatamente como estavam há algum tempo. Tempo! Eis a palavra que faz a
diferença: as grandes ações e mudanças acontecem frente à percepção de que o
tempo é um recurso não renovável. Enquanto pensamos que podemos adiar
indefinidamente qualquer coisa, sem nos preocupar com a passagem dos dias,
meses e anos, nos colocamos na situação de “espera”. Aquela que se prolongará
indefinidamente até nos convencermos que é tarde demais para realizarmos aquilo
que gostaríamos.
Por
outro lado, se compreendermos o tempo como um recurso limitado, nos forçaremos
a determinar metas e objetivos a serem atingidos neste futuro finito e
mensurável, sob pena de vivermos uma vida que não contempla aquilo que mais
almejamos. Frente a esta percepção, “esperar” é quase como jogar fora parte de
nossas vidas e agir é direcionar nossas vidas para o futuro que queremos.
Em
minha vida profissional, vi muitas pessoas alcançando seus sonhos por decidirem
fazer aquilo que seus corações mandavam e vi outras se arrependendo de terem
agido no ímpeto da emoção. E aqui cabe um pequeno e importante adendo: agir
agora não significa sair “chutando o balde” e agir de forma não planejada e sem
o uso da razão. Planejar também é agir, desde que exista uma verdadeira
intenção em transformar o planejamento em execução - desde que haja uma real
intenção de pôr em prática as ações que moldarão seu futuro, sem cair na
armadilha de transformar o planejamento em desculpas para o adiamento ou
não-execução.
Portanto,
respire quando precisar respirar, mas não espere demais. Aja com razão, planeje
suas ações e construa o seu futuro desde já, mesmo que para isso você possa
parecer estar “parado” enquanto planeja uma grande ação, mas não prolongue
demais esta etapa. Quando chegar o momento certo, de forma gradativa mas
determinada, faça o que precisa ser feito e assuma os riscos que tiver que
assumir. Sua vida é única e determinada pelo tempo que lhe resta. E essa é a
grande magia da vida: o espaço de tempo que existe entre nosso nascimento e
nossa partida. Um espaço chamado “oportunidade” onde viveremos intensamente
nossas experiências ou passaremos todo o nosso tempo esperando por elas.
Texto - Maurício Louzada
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