11 erros fatais que
fariam Dilma ser demitida de qualquer empresa séria no mundo
Dilma Rousseff
sobreviveria ao mercado corporativo apenas sendo... Dilma Rousseff? A resposta
é: jamais
Demitir um CEO parece improvável,
mas acontece com mais frequência do que supõe nossa vã filosofia de rede
social. CEOs ou presidentes, o topo da cadeia – ou da cadeira – sofrem, sim,
sanções pesadas por terem a língua solta demais, serem arrogantes demais,
tranquilos demais ou até ousados demais.
Neste milênio mesmo, vieram à
tona casos bizarros de demissão, como a do CEO histórico do Yahoo!, Scott
Thompson, acusado de maquiar o próprio currículo com uma faculdade de
Ciências da Computação quando, na verdade, só tinha um curso de
contabilidade.
O desligamento de Andrew Mason,
fundador e CEO do Groupon, foi ainda mais estranho: saiu por excesso de
otimismo – ele acreditava tanto na plataforma do Groupon, que ignorava a queda
do número de cupons vendidos.
Já a demissão do CEO da HP, Mark
Hurd, teve ares cinematográficos: Jodie Fisher, ex-atriz de filmes eróticos nos
anos 1990, foi o pivô de um escândalo de assédio sexual e falsificação de
relatórios de despesas por parte dele.
Estar no topo da cadeia não
é fácil e isso só explica os altos salários e benefícios compatíveis com tantas
responsabilidades. Cabe ao presidente, líder ou CEO colocar todos acomodados
confortavelmente em seus assentos e pilotar esse Boeing sem solavancos e acima
de nuvens e tempestades.
E se?
Governo não é empresa e o Brasil
não é a Coca-Cola, Ambev ou Johnson & Johnson. Mesmo assim, muitos
governantes valem-se de sua “experiência de mercado” na hora de se candidatar a
esse ou aquele cargo.
E se o exercício fosse o
contrário? Se o governante se candidatasse ao cargo de CEO de uma grande
empresa, seus skills e estilo de liderança fariam a diferença? E se
esse governante em questão fosse Dilma Rousseff, presidente cujo destino
político será traçado nessa semana pelo Senado federal?
Sobreviveria ela ao mercado
corporativo apenas sendo... ela mesma?
A resposta é não. A presidente da
República, eleita em 2010 e reeleita em 2014, peca em 11 posturas essenciais
que, juntas ou em separado, jamais seriam toleradas em nenhuma
organização séria do Brasil ou do mundo. A elas:
1. Não delegar
Marca dos dois governos
Dilma Rousseff, a centralização de poder não apenas afastou a
presidente de ministros e aliados, como a isolou em momentos-chave de sua
caminhada no Palácio do Planalto, fosse em votações importantes no
Congresso, nas disputas com a oposição e, na reta final de seu segundo mandato,
durante os pedidos de apoio dentro e fora do PT.
2. Não dialogar
Dilma sempre deixou claro sua
abordagem top-down, isto é, de cima para baixo, no pior estilo “eu mando,
vocês obedecem”. Um estilo de liderança ultrapassado, isolacionista e
comprovadamente ineficaz. Além disso, vai de encontro ao ideal de diálogo
democrático pregado por ela. A presidente ignorou parlamentares pró e contra o
governo e todos aqueles se se mostravam contra sua gestão. Chegou ao cúmulo de
isolar (com grades) os opositores em comícios e contar com
barulhentas claques para seus discursos e inaugurações.
3. Não admitir erros
Demorou alguns anos para ver a
presidente reconhecer alguma falha em seus fraquíssimos governos. Quando o fez,
e dá para contar esses episódios nos dedos de uma mão, as lambanças creditadas
à “contabilidade criativa” e dezenas de benesses a correligionários nunca
vieram acompanhadas de um pedido sincero de desculpas. Nenhum ao menos que
convencesse a população. Será lembrada por não saber ganhar sem tripudiar nem
saber perder.
4. Descumprir promessas públicas
Apenas para citar duas delas: a
volta da CPMF e o aumento descontrolado da tarifa de energia elétrica. Menos de
um ano depois de ser reeleita, Dilma acenou com a volta de um imposto detestado
pelos brasileiros. E até com possíveis outros impostos – algo amplamente
combatido por ela em seus discursos pró-reeleição de 2013 e 2014. A decepção
generalizada também ficou evidente durante o aumento vertiginoso da
conta de luz – que baixou meses antes, pré-eleição – para depois ressurgir
cara como nunca.
5. Expor-se voluntariamente ao ridículo
Por que seguir roteiros? Para quê
ouvir assessores? São tantos os exemplos de discursos desconexos, respostas
atravessadas a jornalistas, fotos sem contexto e outros comportamentos
bizarros, que não caberiam nesse texto. Mas fiquemos com uma frase, apenas:
“Temos a mandioca e aqui nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de
outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a
civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando a
mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.
6. Faltar com transparência
Controladora, centralizadora e
pouco afeita a ser contrariada, Dilma sempre alegou que a incompetência
administrativa, corrupção e a formação e organização criminosa em tantos
setores ocorreram sob seu nariz sem que ela jamais se desse conta. Quando
identificou, bilhões e bilhões de reais desviados depois, perseguiu os
envolvidos – ou quase isso. Pergunta: teria sido Dilma, a primeira
presidente mulher do Brasil, mãe do PAC, brava lutadora contra a ditadura,
enganada por tantos e por tanto tempo? Para refletir.
7. Faltar com ética
Dilma é produto de Lula e, apesar
do discurso contrário, ela nunca negou nem escondeu isso. Reuniões secretas e,
com o tempo, escancaradas, foram realizadas para salvaguardar o pouco crédito
que ainda restava à presidente no primeiro e segundo mandatos. Quando, a pedido
do juiz paranaense Sergio Moro, Lula foi levado para depor
coercitivamente, em março, após suspeita de envolvimento em crimes da
Operação Lava Jato, Dilma não só foi a São Bernardo prestar solidariedade
(??), como ainda o reconduziu à Casa Civil. A manobra quase circense, negada
pela Justiça, custou caro aos dois.
8. Tomar decisões equivocadas em série
A condução equivocada da política
econômica brasileira já havia sido evidenciada no primeiro mandato pelo
empresariado – uma classe que, incrivelmente, não era considerada por Dilma. E
mesmo com as portas fechadas para o comércio exterior, a perda de graus de
investimento sucessivas, a indústria nacional ruindo e todas as tendências
econômicas em queda, Dilma preferiu seguir culpando, literalmente, o
mundo. Quando acordou para a realidade, sem apoio algum, era tarde.
9. Comunicar-se mal e menosprezar as vozes contrárias
Dilma será lembrada como uma
oradora ruim. Mais ainda: uma oradora ruim e prepotente. Desprezava opositores,
em vez de combate-los com argumentos, e rebatia críticas com ironias e frases
grosseiras. Também foram necessárias algumas manifestações, black blocs e
panelaços para que ela se posicionasse ante a voz das ruas. No início, a
presidente simplesmente ignorou os protestos. Em junho de 2013, ainda em seu
primeiro mandato, limitou-se a enviar ministros como mensageiros para acalmar
os ânimos e a imprensa, em vez de assumir aquilo para que foi eleita: as rédeas
da nação. A Dilma forte, que pegou em armas para encarar os militares na
ditadura, estava acuada, para decepção inclusive dos eleitores dela. Postura
semelhante aos últimos meses, quando elegeu o advogado José Eduardo
Martins Cardozo como sua segunda voz.
10. Atacar os inimigos certos de forma errada
A última briga de Dilma foi
também aquela que sepultou o seu mandato. A pá de cal foi justamente contra uma
das biografias mais sujas da política nacional: Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sem
apoio dos congressistas, traquejo político e estratégias acertadas, Dilma, ao
se posicionar contra a candidatura de Cunha para a presidência da Câmara dos
Deputados, em fevereiro do ano passado, assumiu um embate mortal, afinal, o
nefasto Cunha era estratégico no encaminhamento das pautas do governo federal
no Congresso. O peemedebista anunciou o rompimento com o governo, contaminou a
base, aliou-se ao vice Michel Temer – velha raposa do Congresso, um verdadeiro
animal político – e, como acompanhamos, o resto é história viva – gostemos
ou não.
11. Mentir
Não foi apenas a contabilidade
destrutiva e as fraudes fiscais que pairam sobre a figura da presidente. Basta
dar um rasante pela imprensa para verificar que as acusações contra ela,
baseadas em fatos e datas, estão na boca de jornalistas, delatores e até,
pasme, do mentor maior Luiz Inácio Lula da Silva.
A herança dos anos Dilma, em
números
Quando Dilma Rousseff tomou
posse, em janeiro de 2011, o Brasil crescia 7,5%, a maior taxa desde
1986.
Passados cinco anos, o País
amarga queda de 3,8% no PIB, contas públicas deterioradas, desemprego
em 8,5% (já são 11,5 milhões de desocupados) e uma inflação de dois
dígitos, que penaliza os mais pobres.
O governo caminha oficialmente
para fechar 2016 com o terceiro rombo anual seguido em suas contas e
um deficit primário recorde, de R$ 170,5 bilhões.
As expectativas indicam que, no
final deste ano, a economia terá encolhido quase 8% desde 2014. A última vez
que isso aconteceu foi em 1931, em meio à Grande Depressão. A dívida
pública pode chegar a 80% do PIB em 2018.
E você, contrataria Dilma
Rousseff para comandar a sua empresa?
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/10-erros-fatais-que-fariam-dilma-ser-demitida-de-qualquer-marc-tawil?trk=eml-b2_content_ecosystem_digest-recommended_articles-78-null&midToken=AQFvYD5WwG94Nw&fromEmail=fromEmail&ut=2caUrOo15jB7o1
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