7 de setembro de 2019! mais uma comemoração cívica aconteceu em nossa cidade. O desfile como uma tradição deve ser mantida, uma demonstração de patriotismo e soberania, porem há quem entenda ser uma herança nada positiva do período da ditadura militar e a Secretaria de Educação investe massivamente nesta forma de comemoração em detrimento a outras.
Ocorre que o desfile cívico foi perdendo, ao longo do tempo o seu real significado. A marcha, resquício do período militar, foi sendo substituída por uma “caminhada”, considerada mais adequada à democracia atual; depois as fanfarras foram se modificando, incluindo, entre outros toques tradicionais, outros mais modernos, mas nem sempre interligados com o motivo do desfile; por fim, os desfiles ganharam temas, personagens, passaram a contar histórias que tiraram todo o enfoque do motivo principal: a independência.
Sem nenhum interesse ou motivação pelo contexto histórico que levou aos desfiles, a maior parte dos estudantes participa apenas por obrigação ou com a perspectiva do famoso “ponto na média”. Por esse ponto de vista, a ideia da Semana Cívica me parece mais eficiente, uma vez que se estuda, durante um período, sobre os fatos históricos que levaram à independência e suas consequências, possibilitando que o estudante realmente assimile os conhecimentos e informações.
Apenas para estar na rua, uniformizado, levando um cartaz ou uma bandeira, não faz de ninguém um cidadão, muito menos um cidadão patriota. O conceito de civismo vai bem além de datas e solenidades e deve ser vivido no dia a dia, através de ações concretas, positivas para a coletividade e que ajudem a transformar a realidade em algo melhor.
Antes de um desfile ou qualquer ato cívico, é preciso dar a ele um sentido.
Discursos vazios e gestos ensaiados não convencem mais ninguém.
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