Há apenas duas escolhas que você tem por onde se
decidir: ou você aprende com o que lhe sucedeu, ou vive com isso para o resto
da sua vida. Para aprender com o passado é necessário muita força de vontade e
coragem, pois terá que aceitar o fato de que algumas das coisas que fez não
correram bem, ou que sofreu alguma injustiça, ou que algum acontecimento não
lhe deveria ter surgido, ou que em alguma altura da sua vida foi
por caminhos inadequados e que eventualmente cometeu alguns erros. Esta
constatação gira em torno da ideia de que a vida não é uma estrada lisa por
onde podemos viajar sempre calmamente, ela tem sempre voltas e reviravoltas que
podem enganar-nos e confundir-nos. Por outro lado, viver com o passado é mais
simples (supostamente). Você só tem que manter as memórias dolorosas e punir-se
sempre que fechar e abrir os olhos. Não há muito a fazer (provavelmente você
poderá pensar isso), a não ser reavivar a dor todos os dias e recusar-se a
aprender a lição que vem com o infortúnio. Acredito que se disputar este tipo
de raciocínio, certamente concordará que não é adequado nem construtivo.
Você pode optar por tomar o caminho da vitimização
(ainda que com legitimidade), por vezes dura o suficiente para desistir e
render-se à tristeza e mágoa? Ou será que você pode aceitar a realidade dos fatos,
encarar o sentimento de tristeza, injustiça e fazer algo para mudar isso? Relembre-se
que pode mudar aquilo que sente (seja: tristeza, ansiedade, fúria,
desesperança, dentre outros). E pode mudar aquilo que sente, porque está
capacitado para sentir várias coisas! Ainda que seja difícil, opte por aquilo
que quer. Se optar por mudar aquilo que sente para aquilo que quer sentir,
certamente será possível. Claro que tem de fazer coisas para que isso aconteça.
Tem de fazer coisas para
alcançar a felicidade.
Você pode fazer a melhor escolha para si mesmo. Ninguém pode
ditar o que você deve fazer em relação ao seu passado, só você pode
aprender/ensinar-se a viver hoje com ou sem ele. Coisas do passado só podem
afetar o seu presente, se você deixar que isso aconteça, ele pode assombrá-lo a
qualquer hora do dia, pode estar com você onde quer que vá, e nunca pode ser
apagado. Pode, mas não pode, se você não permitir que ele possa.
Não é uma
tarefa fácil de superar o passado e viver o presente, mas vai valer a pena no
final. Nada é mais difícil do que deixar de ir (desapegar-se) do que se
lamenta, nada é mais doloroso do que aceitar a realidade que você foi magoado
sem sequer ter um aviso, e nada é mais difícil do que aceitar que você é capaz
de fazer os seus próprios erros na vida. Mas só se conseguir desapegar-se,
aceitar e compreender que essas coisas acontecem, você conseguirá definir-se
quem é, e quem quer ser, e assim permitir-se deixar para trás o passado onde
ele pertence, e viver o presente. Então, pergunte a si mesmo: “Eu prefiro viver
no passado ou viver o presente?
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